domingo, 29 de maio de 2011

Zé Colmeia terá continuação

Zé Colmeia, em cartaz nos cinemas brasileiros até poucos meses atrás, ganhará em breve uma continuação.


A Warner contratou Joshua Sternin e Jeffrey Ventimilia para escrever o roteiro de Zé Colmeia 2. A dupla fez parte do grupo de roteiristas do primeiro filme e também de Rio, sucesso que já arrecadou US$ 446 milhões nos cinemas ao redor do mundo.

A decisão em produzir uma sequência é de certa forma surpreendente, já que Zé Colmeia não foi um grande sucesso de bilheteria. Nos Estados Unidos ele arrecadou US$ 100 milhões, com a mesma quantia sendo obtida nos demais países. A aposta da Warner leva em conta o desempenho do longa-metragem ao ser lançado em DVD e Blu-Ray, além da popularização do personagem causada pelo lançamento do filme.

Donald De Line (Uma Saída de Mestre) e Karen Rosenfelt (Crepúsculo) serão os produtores do novo longa-metragem. Ainda não está definido se o diretor Eric Brevig, os atores e dubladores do filme original retornarão para a sequência.

Críticas:

O bom e velho Zé Colmeia - por Francisco Russo

O grande temor existente em toda adaptação para o cinema, seja ela vinda da literatura, videogame, quadrinhos ou animação, é em relação à fidelidade ao original. Afinal de contas, foram as características idealizadas de início que fizeram com que o material alcançasse o sucesso necessário para sua transposição para o cinema. Alterá-lo de forma radical vai de encontro não apenas aos fãs, que inevitavelmente reclamam, como também ao próprio espírito do original, usurpado de forma a produzir algo atual. Com personagens clássicos como Zé Colmeia, o temor aumenta ainda mais. A urgência de Hollywood em modificar personagens de forma a adaptá-los para os dias de hoje muitas vezes elimina por completo seu charme, vide o que aconteceu com Garfield. Por isto o grande mérito de Zé Colmeia - O Filme é manter o mesmo espírito do desenho animado que consagrou o personagem.

Ou seja, Zé Colmeia continua sendo o urso guloso que volta e meia tira do chapéu uma ideia brilhante para abocanhar cestas de piquenique. Sempre ao lado de seu indefectível parceiro Catatau, com sua tradicional ingenuidade e olhar para o amigo como se este fosse seu ídolo. A simples manutenção das características básicas da dupla já é suficiente para agradar os fãs, pelo reconhecimento daqueles que, para alguns, são companheiros de infância. Ainda mais com a qualidade da dublagem brasileira, onde Guilherme Briggs e Renan Freitas conseguem manter não apenas a sonoridade da versão original, mas também o tom das falas da dupla protagonista.

Em uma aventura maior do que as presentes nos desenhos animados - mas nem tanto assim, já que o filme tem apenas 82 minutos -, a ameaça encarada por Zé Colmeia e Catatau é o fechamento do parque Jellystone. Tudo devido à ganância do prefeito Brown (Andrew Daly, caricato e divertido), que deseja usar o local para promover sua campanha para o governo do estado. É claro que o guarda Smith (Tom Cavanagh) - ou "seu guarda", para os íntimos - irá se opor à iniciativa, contando com a ajuda de uma jovem diretora (Anna Faris), que está rodando um documentário em Jellystone.

Cheio de confusões e trapalhadas, Zé Colmeia diverte também graças às espirituosas frases ditas pelo seu personagem principal. Sempre a seu favor, é claro, como "ter comida roubada pelo Zé Colmeia é uma honra" ou "cestas de piquenique contêm sonhos". Sem falar na tradicional mensagem embutida em "ninguém fracassa até parar de tentar", sacada assim que a situação começa a ficar complicada. Tudo para agradar as crianças, com mensagens de fácil apelo e absorção, animações bem desenvolvidas, patetices e dancinhas. Já os adultos têm como atrativos o charme dos personagens, em parte vindo de seu conhecimento prévio, e pequenas citações relacionadas ao cinema, como a música-tema de Superman e a óbvia referência a 2001 - Uma Odisseia no Espaço. Um bom filme, divertido, que faz jus ao original.

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